domingo, 30 de dezembro de 2018

Top 10 Álbuns 2018

Chegando mais uma vez o final do ano estamos mesmo na janela de tempo adequada para deixar aqui a lista dos meus álbuns favoritos do ano. De realçar que estas escolhas são inteiramente pessoais e baseadas inteiramente na minha opinião.


10º  Marmozets – Knowing What You Know Now



Artista: Marmozets
Duração: 44 Minutos
Gênero: Math Rock
Data de Lançamento: 26/01/2018

Para mim o ano começou com a descoberta da existência desta banda de Math Rock proveniente da Inglaterra, como confesso fã do género rapidamente fiquei com as diversas canções tanto do seu primeiro álbum de 2014 (“The Weird And Wonderfull Marmozets”), como do seu recém lançado álbum “Knowing What You Know Now”, o segundo trabalho de longa duração da banda. Mais perto do Rock e mais longe do Hardcore do que no passado este álbum apresenta-se como uma audição mais acessível do que trabalhos anteriores da banda, não havendo uma “Vibethech” como no primeiro álbum, uma faixa dentro do mathcore, temos mesmo assim faixas eletrizantes como “Play”, “Habits” e “Major Systeam Error”, de audição obrigatória para todos os apreciadores de Rock.



Faixas Chave: Play; Habits; Major Systeam Error

9º First Aid Kit – Ruins



Artista: First Aid Kit
Duração: 39 minutos
Gênero: Folk
Data de Lançamento: 19/01/2018



First Aid Kit são sem duvida uma das minhas banda de eleição desta década, depois do brilhante Stay Gold, as irmãs suecas, Klara e Johanna Söderberg, apresentaram logo no inicio do ano este Ruins, o seu 4º álbum de estúdio. Focado no fim do relacionamento de Klara, a lírica apresenta-se mais pesada e mais pessoal do que nunca. O álbum não podia começar melhor com a brilhante “Rebel Heart” a verdade é que esta faixa é também o ponto alto de todo o álbum, este nunca mais atinge este nível de brilhantismo, porém continua a oferecer grandes faixas como “Fireworks”, “My Wild Sweet Love” e “Ruins”. Não estando ao mesmo nível de “Stay Gold”, ou mesmo de “The Lion’s Roar”, este “Ruins” continua a ser uma das audições mais agradáveis de 2018 na minha opinião.
Faixas Chave: Rebel Heart; Fireworks; Ruins



 Rolo Tomassi – Time Will Die And Love Will Bury It



Artista: Rolo Tomassi
Duração: 53 minutos
Gênero: Mathcore
Data de Lançamento: 02/03/2018


Quase por acaso dei com este álbum de Rolo Tomassi, uma banda de Mathcore que já anda à muitos anos pela estrada e que este ano nos apresenta este incrível viagem sonora. Não é por norma o meu tipo de audição habitual, mas a verdade é que este álbum foi dos que mais prazer me deu ouvir em 2018, deste a mais leve “Aftermath” até as brilhantes e muito mais pesadas “The Hollow Hour” e “A Flood Of Lifght” é uma sem dúvida uma audição obrigatória, especialmente para os apreciadores do género.



Faixas Chave: Aftermath; Rituals; The Hollow Hour



 The Legendary Tigerman – Misfist



Artista: The Legendary Tigerman
Duração: 38 minutos
Gênero: Alternative Rock
Data de Lançamento: 15/01/2018


Duas notas, em primeiro lugar normalmente na minha cabeça costumo realizar uma lista a parte para melhores álbuns nacionais e outra para melhores álbuns internacionais, mas este Misfist tem de estar obrigatoriamente no meu top 10 de álbuns do ano. Em segundo lugar, o álbum foi lançado nas plataformas de streamming em 2017 (fim de Dezembro), porém, oficialmente foi lançado em Janeiro de 2018.
Ora Paulo Furtado voltou a lançar sobre o nome de Legendary Tigerman, depois de True de 2014, desta vez porém é abandonado o conceito de One Man Band, e o resultado não poderia ser melhor. Um verdadeiro álbum de Rock com R grande, produzido no lendário Rancho de la Luna, onde nomes como Queens of The Stone Age e Arctic Monkeys já gravaram, este Misfist aparece como um dos grandes álbuns de Rock do ano. Não tenho duvida que se estivéssemos a falar de um artista de uma outra nacionalidade teria um grande impacto internacional. “Motorcycle Boy” e “Fix Of Rock’n’Roll” mostram logo ao que vem Legendary Tigerman neste álbum, mas é na faixa “Black Hole” que está o melhor momento do álbum, verdadeiramente uma das melhores faixas de 2018.



Faixas Chave: Motorcycle Boy; Red Sun; Black Hole



6º Boygenius – Boygenius



Artista: Boygenius (Lucy Dacus, Phoebe Bridgers e Julien Baker)
Duração: 21 minutos
Gênero: Folk; Alternative Rock
Data de lançamento: 26/10/2018


Este grande EP está em sexto por uma simples razão, são apenas 6 faixas, se fosse um álbum de duração normativa com a qualidade destas 6 incriveis faixas estaria com toda a certeza mais a frente. Composto por 3 das artistas mais talentosas da atualidade, e sem duvida nenhuma 3 das melhores liricistas, Julien Baker, Phoebe Bridgers e Lucy Dacus, este supergrupo entrega um conjunto de 6 belissimas canções, alternando entre elas o papel de destaque nas faixas mas nunca baixando a qualidade. Além do mais este EP produziu uma das tours que mais desejei que passasse por Portugal para ter uma oportunidade de assistir ao vivo, contando com um set a solo de cada uma das 3, e culminando na interpretação destas 6 fantásticas canções. Audição obrigatória.


Faixas Chave: Bite The Hand; Me And My Dog; Stay Down



5º Courtney Barnett – Tell me How You Really Feel



Artista: Courtney Barnett
Duração: 37 minutos
Gênero: Alternative Rock
Data de Lançamento: 18/05/2018

Já começa a ser presença habitual nestas listas, mas a verdade é que ainda está para vir um mau álbum com Courtney Barnett ao barulho. Mais uma vez forte liricamente, mas mais próxima de uma sonoridade de Rock Alternativo do que uma sonoridade mais Grunge e até folk de outros tempos. A primeira metade do álbum é muito forte com as faixas “Charity” “City Looks Pretty”, “Nameless Faceless” e em espcial “Need a Little Time” a serem dos principais destaques do álbum. “Need a Little Time” sendo inclusive uma das faixas em destaque para mim neste ano de 2018.


Faixas Chave: Charity; Nameless Faceless; Need a Little Time



4º Snail Mail – Lush



Artista: Snail Mail
Duração: 38 Minutos
Gênero: Indie Rock
Data de Lançamento: 08/06/2018


Aos 19 anos de idade Lindsey Jordan apresenta o primeiro álbum do seu projeto a solo, Snail Mail, um dos melhores álbuns de Indie-Rock em muitos anos, exatamente o que o género precisava. Faixas eficazes, diretas ao pronto, com um dos tons de guitarra mais agradáveis que ouvi em 2018 e uma voz que parece algo indiferente ao que está a relatar, algo que pessoalmente me agrada. “Pristine” o primeiro single, é uma das faixas que mais gostei de ouvir neste ano de 2018 e é uma janela perfeita para o que vêm aí no resto do álbum. Faixas como “Heat Wave”, “Stick” e “Full Control” são também pontos altos deste álbum. Em resumo, uma lufada de ar fresco no Indie-Rock, que espero que seja um ponto de viragem para este gênero que tem estado algo pobre no que toca a bons álbuns nos últimos anos.


Faixas Chave: Pristine; Heat Wave; Full Control



3º Arctic Monkeys – Tranquility Base Hotel & Casino



Artista: Arctic Monkeys
Duração: 40 Minutos
Gênero: Lounge Pop: Alternative
Data de Lançamento: 11/05/2018

Já falei este ano, aqui neste blogue, deste álbum, e a verdade é, se havia álbum que eu não esperava incluir no top deste ano, ainda para mais no pódio, seria um álbum de Arctic Monkeys. Depois da desilusão que foi, para mim, o quinto álbum de estúdio (AM) dos rapazes de Shefield, eis que aparece este Tranquility Base Hotel & Casino. Um álbum arrojado, ambicioso e requintado, onde os Arctic Monkeys exploram novas sonoridades para a banda, tocando por vezes na sonoridade da outra banda de Alex Turner (Last Shadow Puppets), mas triunfante a particamente todos os momentos. Faixas como “American Sports” “Tranquility Base Hotel + Casino” e “Four Out Of Five” são das melhore que ouvi este ano, e estou francamente curioso para ver qual será o próxima passo desta banda. Para ler mais sobre este álbum ver o seguinte artigo: http://randommusicopinions.blogspot.com/2018/06/os-6-albuns-de-arctic-monkeys-do-pior.html



Faixas Chave: American Sports; Tranquility Base Hotel & Casino; Four Out Of Five

2º Let’s Eat Grandma – I’m All Ears




Artista: Let’s Eat Grandma
Duração: 51 minutos
Gênero: Art-Pop; Pop Experimental
Data de Lançamento: 29/06/2018


Continuando na senda de projetos musicais de malta muito jovem, temos as o segundo álbum das muito promissoras Let’s Eat Grandma, o duo britânico composto por Rosa Walton e Jenny Hollingworth foi formado no ano de 2013 em Norwich, quando ambas tinham apenas 13 anos (!). Este segundo CD conta com produção de Sophie, e com algumas das melhores faixas de pop que 2018 nos ofereceu, nomeadamente a incrível “Hot Pink” e a fantástica “Falling Into Me”. Porém este álbum oferece-nos também algumas faixas mais experimentais e progressivas que demonstra uma maturidade musical muito pouco usual para a idade das duas jovens artistas, falo das autênticas viagens sonoras que são “Cool & Collected” e “Donnie Darko” duas faixas com mais de 9 minutos e surpreendentemente coerentes. O meu destaque vai também para a excelente faixa “Snakes & Ladders” uma das minhas faixas de eleição para 2018.


Faixas Chave: Hot Pink; Falling Into Me; Cool & Collected 


Menções Honrosas 

Antes do primeiro lugar vamos a algumas menções honrosas:
Kali Uchis - Isolation
The Voidz - Virtue 
Zeal & Ardor - Stranger Fruit
Soccer Mommy - Clean 
A Perfect Circle - Eat The Elephant


1º Lucy Dacus – Historian



Artista: Lucy Dacus
Duração: 47 minutos
Gênero: Indie Folk
Data de Lançamento: 02/03/2018


Ter um álbum no top10 já é complicado, mas ter dois está apenas ao alcance dos melhores, e Lucy Dacus parece ser das melhores songwriters desta geração, não há grandes duvidas. Historian é o segundo álbum da Norte Americana e desde cedo nos mostra ao que vem, “Night Shift” é provavelmente a melhor música de 2018, uma faixa monumental sempre em crescendo que não deixa nada a dever aos grandes clássicos do género. Mas não nos ficamos por aqui, a segunda faixa do álbum, “Addictions”, um dos singles do álbum, não baixa a fasquia. Uma das grandes virtudes de Lucy Dacus é também a sua lírica, sempre eloquente e impactante em alguns momentos é interessante estar antenta a mesma durante o álbum. Dois dos grandes trunfos deste álbum estão mesmo na segunda metade do mesmo “Timefighter” e “Pillar of Truth” são duas incríveis faixas, que deixam uma forte marca neste, que para mim, é o melhor álbum de 2018.


Faixas Chave: Night Shift; Addictions; Timefighter 

terça-feira, 26 de junho de 2018

Os 6 álbuns de Arctic Monkeys, do pior para o melhor:



Após o lançamento de mais um álbum de Arctic Monkeys, a discussão volta a lançar-se, qual o melhor álbum da discografia dos rapazes de Sheffield? Será o álbum que os propulsionou para uma nova dimensão de popularidade, o AM? Será o primeiro, e lendário álbum de indie-rock, Whatever People Say That I am, That’s What I am Not? Ou o clássico de culto de 2009, Humbug?
O que se segue não responde a esta questão, mas expõe a minha opinião relativamente ao tema, e a minha opinião geral relativamente aos 6 álbuns da discografia dos Macacos Do Ártico. Comecemos então.


6º AM





Estávamos no inicio de 2012, quando sem aviso os Arctic Monkeys lançam a primeira faixa de AM (por essa altura nem sequer anunciado), “R U Mine”, por esta altura estava eu, no meu 12º ano, antes do inicio de uma aula de aplicações informáticas, com o PC da escola acabado de ligar e os meus fones conectados no PC. Ora, nesta situação, e visto que a aula ainda não tinha realmente começado, decido que há tempo para ouvir uma musiquinha. Obviamente que pesquiso a minha banda favorita por aqueles tempos no youtube, Arctic Monkeys claro, e sou surpreendido com uma faixa nova, acaba de postar e que ainda nem tinha as lendárias 365 visualizações, chamava-se “R U Mine” e obviamente na altura fui blown away por tamanha rockalhada. Ainda com os últimos B-sides na cabeça (nomeadamente a fantástica “You and I”), e depois reforçado pelo B-side desta “R U Mine”, “Electricity”, acabei por desenvolver um hype gigantesco por este álbum.
Avancemos uns meses, na realidade avancemos mais de 1 ano, o momento chegara, o novo álbum estava a caminho e temos o lançamento de “Do I Wanna Know”, bem uma faixa de rock que se percebeu rapidamente que ia ser um hit gigantesco, um riff orelhudo, um som que ficava na cabeça, e de repente os Arctic Monkeys estavam a explodir (ainda mais) e o meu hype ainda estava lá.
Entretanto, já a iniciar o meu segundo ano de faculdade finalmente saí o álbum e… Foi uma enorme desilusão, desde o inicio, O álbum até começa bem, com as faixas mais fortes concentradas, “R U Mine”, “One For The Road” e “Arabella” oferecem um começo forte, mas na realidade começa a notar-se um padrão, as faixas não são propriamente arrojadas, existe um claro piscar de olho ao Mainstream a um publico mais geral e ao rock mais genérico o que por si só não é propriamente mau. Porém quando temos faixas como “Why’d You Only Call Me When You’re High”, um claro piscar de olhos a um mercado de consumo imediato, entrando em território de bandas como Imagine Dragons, aí, na minha opinião, existe uma perda de qualidade que irá aparecer imediatamente associado. Além das mais faixas como “Mad Sounds”, “I Want it All” e “Fireside” acabam por ser das menos relevantes da discografia da banda, sendo que a primeira é talvez a balada mais genérica da banda. Por fim, em “Knee Socks”, Josh Homme entra em ação acabando por dar um toque mais interessante a esta faixa. “Snap Out Of It” é uma faixa interessante, embora ter sido um single acabe por ser apenas uma forma de espremer o sucesso do álbum e “I Wanna Be Yours” acaba por ser um aproveitamento muito interessante de um poema do “poeta punk”, que Alex Turner é um confesso admirador, Dr. John Cooper Clark.

No fundo talvez eu seja demasiado duro com este álbum, talvez ainda hoje sinta os efeitos de ter entrado demasiado no Comboio do Hype em 2012, talvez ter associado o lançamento deste álbum com o de outro álbum que também me desiludiu, Refkeltor dos Arcade Fire (que entretanto cresceu bastante em mim), também não tenha ajudado, mas a verdade é que o AM é o álbum que menos consigo apreciar na discografia de Arctic Monkeys.



Melhores Faixas: “R U Mine” “One For The Road” “Knee Socks”
Pior Momento: “Why’d You Only Call Me When You’re High”


5º Suck it And See




Tinha descoberto Arctic Monkeys há pouco tempo quando é lançado este Suck It And See, sendo que acabo por associar bastantes destas faixas aos meus tempos de secundários, onde me comecei a interessar verdadeiramente por música mais alternativa, e onde vivi a minha fase de fã cego de Indie-Rock. Logo, obviamente, adorava este álbum por esses tempos, os pontos de comparação não eram tantos como na atualidade, muito menos o range de música que ouvia. Porém já por essas alturas achava o Suck It And See um pouco abaixo do resto da bibliografia dos Arctic Monkeys.
Ainda hoje quando penso em Suck It and See, o que me vem a cabeça é o mesmo, baladas. São de facto as baladas que mais marcam presença neste álbum, “Suck It And See”, “Black Treacle”, “Reckless Serenade” e “Love is a Laserquest” são alguns exemplos. Porém, para mim, os momentos mais interessantes do álbum aparecem quando as guitarras elétricas se fazem sentir em maior força “Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair” com uma guitarra distorcida a marcar presença e a destacar claramente a faixa entre o resto do álbum, a super acelerada “Library Pictures”, um favorito ao vivo, que é quase como uma pequena montanha russa no meio do álbum e a “All My Own Stunts” com os seus solos de guitarra, que acabam por fazer o meio deste álbum bastante interessante.
No que toca as faixas mais calmas, “Black Treacle” é uma que relembro com particular nostalgia, assim como “Piledriver Waltz”, que está na soundtrack de um dos meus filmes favoritos, “Submarine” (cuja OST esteve a cargo de Alex Turner).
Por outro lado, faixas como “The HellCat Spangled Shalalala” e “Reckless Serenade” são das menos interessantes da discografia da banda.

No fim, Suck It And See é um álbum interessante, mas que acaba por parecer um patamar abaixo da discografia anterior da banda, sendo talvez o álbum mais “low-Key” da banda em todos os sentidos. Fica assim com o meu 5º lugar. 



Melhores Faixas: “Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair” “Library Pictures” “All My Own Stunts”
Pior Momento: “The Hellcat Spangled Shalalala”



4º Favorite Worst Nightmare





Quando conheci Arctic Monkeys já o Favorite Worst Nightmare tinha saído há uns anos, portanto, não existe aqui aquela típica experiência de gostar do primeiro álbum de uma banda e ter expetativa para saber o que vêm aí no segundo. O Favorite Worst Nightmares, porém, é considerado por um largo grupo de pessoas como um dos melhores segundos álbuns de sempre, não é para menos, é um álbum de grande qualidade com grandes momentos e enormes clássicos da banda como “505”, “Brianstorm” e “Fluorescent Adolescent”.
Neste momento começa a fazer pouco sentido dizer que uma faixa é um momento mau, será talvez um momento menos bom, e aqui esse momento chega talvez através das faixas como “D is for Dangerous” e “The Bad Thing” que talvez estejam um patamar abaixo do resto do álbum.
O inicio deste álbum é forte com o grande clássico, e presença obrigatória nas apresentações ao vivo da banda até este dia, “Brianstorm”, a marcar o ritmo para o álbum, “Teddy Picker” aparece em segundo lugar sendo também este um single muito querido entre os fãs da banda, especialmente os mais saudosos. Numa fase mais calma do álbum aparecem faixas como “Fluorescent Adolescent” um dos muitos hinos da banda de Shefield e “Only Ones Who Know” que talvez seja, a par de “Cornerstone” a melhor balada da musica, com o lap steel a parecer marcar presença. Destaque também para a excelente “Do Me a Favour” com o seu marcante verso “Perhaps 'fuck off' might be too kind”, a eletrificante “This House is a Circus”, “Old Yellow Bricks” e o clássico “505” que é sem sombra para duvidas uma das melhores faixas da banda.

Em resumo um grande álbum de indie-rock, sendo que entre este álbum e o que se segue na lista a decisão de qual por em 3º lugar e qual por em 4º lugar é extremamente apertada.



Melhores Faixas: “Only Ones Who Know” “Do Me A Favour” “505”
Momento Menos Bom: “The Bad Thing”



3º Whatever People Say That I am It’s What I am Not





Estávamos em 2010 quando um amigo me envia uma faixa chamada “Fake Tales Of San Francisco” de uma banda que eu desconhecia, Arctic Monkeys, começou aí uma relação de amor com esta banda, e em particular com o indie-rock, que se iria prolongar 2/3 anos de maneira particularmente interrupta.
Ora Whatever People Say That I am It’s What I am Not, um dos grandes clássicos do Indie-Rock, e um dos grandes álbuns da década de 00, um verdadeiro clássico cheio de grandes rifalhadas, sem grandes pausas quase sempre altamente energético e com alguns dos grandes clássicos do Rock em geral dos últimos 30 anos, como “The View From The Afternoon”, “I Bet You Look Good on The Dancefloor” e “Mardy Bum”.
O álbum começa com um desfile de clássicos, uma “The View From The Afternoon” capaz de deixar já qualquer um sem folgo, seguida da intemporal “I Bet You Look Good on The Dancefloor” e uma das minhas preferidas da banda “Fake Tales Of San Francisco” com a sua estrutura sempre em crescendo e riff catchy. O meio do álbum talvez seja mesmo o seu ponto fraco, depois de um clássico como “Dancing Shoes” (“Get on your dancing shoes/ You sexy little swine”) temos algumas faixas que não estão no mesmo patamar nomeadamente “You Probably Couldn't See For The Lights But You Were Staring Straight At Me”, “Riot Van” e “Red Light Indicates Doors Are Secure”, que apesar de serem boas faixas não estão no mesmo patamar que alguns dos clássicos. “Riot Van” aprece um pouco para cortar o elevado ritmo do álbum e dar um espaço para o ouvinte respirar, porém, ao ouvir este álbum é a única faixa que por vezes tenho vontade de dar skip.
O final do álbum é outra vez bastante forte, “Mardy Bum” é um enorme clássico, tal como “When The Sun Goes Down” e, claro, “A Certain Romance”, porém além destas faixas destaco também uma faixa que para mim é bastante subvalorizada em relação ao resto do álbum “Pheraps Vampires is a Bit Strong But…”, uma das minhas favoritas do álbum.

Em resumo um clássico, não só da musica feita nos 00’s, não só do Indie-Rock, mas do Rock em geral, mas será que tem a ambição dos álbuns que faltam referir da discografia da banda?



Melhores Faixas: “The View From The Afternoon” “Fake Tales Of San Francisco” “A Certain Romance”
Momento Menos Bom: “Riot Van”



2º Tranquility Base Hotel + Casino




Depois de um AM que desilude uma boa parte dos fãs da banda, muitos, onde eu me incluo, tinham poucas ou nenhumas esperanças para o sexto álbum da banda, esperava-se um rumo ainda mais virado para uma vertente de Rock Genérico ou Pop-Rock. Obviamente fiquei imensamente surpreendido a primeira vez que ouvi este trabalho.
Ambicioso, cuidado, requintado, corajoso, são alguns adjetivos que me ocorrem de momento para descrever este álbum. Ok, pode soar a um álbum a solo de Alex Turner, por vezes pode soar mesmo a Last Shadow Puppets (“She Looks Like Fun” parece inclusive uma repetição da faixa do trabalho mais recente dos Last Shadow Puppets “She Does The Woods”), porém a verdade é que este é um dos álbuns mais corajosos da banda. As guitarras deixam a ribalta e dão lugar a um piano de Alex Turner a bass lines incríveis ao longo de todo o álbum (ver “Tranqulity Base Hotel + Casino” por exemplo) e a sintetizadores.
É preciso de facto coragem para fazer uma curva tão acentuada na sonoridade depois de um álbum que foi um sucesso comercial enorme como foi o AM. Faixas como “American Sports”, “Science Fiction” e “Batphone” estão entre as melhores que a banda alguma vez fez, e em pouco fazem recordar o trabalho anterior da banda.
O álbum começa com a seguinte linha, “I just wanted to be one of The Strokes”, relembrando os primeiros álbuns de Arctic Monkeys com o seu indie-rock inspirado de facto nos The Strokes, e onde nesses tempos chegaram mesmo a fazer um cover de “Take It Or Leave IT”, porém esses tempos fazem parte do passado, este álbum é diferente, é mais maduro. As primeiras duas faixas são bastante low key, quase lo-fi, instrumentais simples, com o piano a cabeça, por onde Alex Turner deambula em versos referentes a sua vida recente, uso de drogas, falta de confiança, entre outros (“I'm a big name in deep space/Ask your mates but golden boy's in bad shape” “Maybe I was a little too wild in the 70s”). Após “One Point Perspective” existe uma transição impecável para talvez o ponto alto do álbum “American Sports”, onde me pouco mais de 2 minutos e meio somos levados numa viagem sonora que acaba com um solo de guitarra pequeno, mas incrivelmente satisfatório, logo de seguido saltamos para a tittle track, uma das melhores faixas do álbum também com o seu som requintado onde brilha o baixo de Nick O’Malley e os sintetizadores. Depois de “Golden Trunks” chega um dos melhores singles da carreira dos Arctic Monkeys, “For Out Of Five”, com o seu enorme refrão e baixo, caso para dizer que é mais do que quatro estrelas em cinco, é mesmo cinco estrelas. “The World’s First Ever Monster Truck Front Flip” é uma faixa calma, a fazer lembrar The Last Shadow Puppets no melhor sentido possível, “Science Fiction”, é também um dos momentos mais interessantes do álbum com uma luxuosa dinâmica entre guitarra e sintetizadores a criar uma atmosfera incrível ao longo de toda a faixa. Já “She Looks Like Fun” faz lembrar um pouco demasiado a faixa “She Does The Woods” do trabalho mais recente de The Last Shadow Puppets, podendo ser visto como uma reciclagem da mesma. “Batphone” é também um dos momentos mais interessantes do álbum onde os vocais de Alex Turner ganham imenso destaque numa excelente performance. O álbum acaba então com “The Ultracheese” uma balada ao piano.

Em resumo, um trabalho de coragem dos Arctic Monkeys, ambicioso e inesperado, um dos momentos mais interessantes da discografia da banda e provavelmente um dos melhores trabalhos lançados em 2018.




Melhores Faixas: “American Sports” “Four Out Of Five” “Batphone”
Momento Menos Bom: “She Looks Like Fun”



1º Humbug





Alex Turner é um confesso fã de Nick Cave e pode sentir-se isso mesmo neste trabalho. Produzido por Josh Homme dos Queens Of The Stone Age este álbum foi a primeira vez que a banda fugiu da sonoridade típica do indie-rock para entregar um dos álbuns mais interessantes da década passada e um dos meus favoritos de todos os tempos.
Humbug é talvez um dos álbuns que mais divide opiniões na discografia dos Arctic Monkeys, nesse aspeto o mais recente trabalho, “Tranquility Base Hotel + Casino”, faz lembrar este álbum de 2009, uma mudança de sonoridade que a maioria não esperava, recebida com duvidas tanto pela critica como por alguns dos fãs. Muitos consideram este o melhor álbum da discografia dos Arctic Monkeys e muitos outros o consideram o pior, poucos diriam que este é álbum é o segundo ou terceiro melhor da banda. Mas o que torna este álbum então tão diferente do resto?
Eu diria que a sonoridade, mais dark, mais madura, menos indie-rock e mais rock-alternativo seja talvez a principal culpada. A própria lírica aqui aborda temas mais profundos do que os dois álbuns anteriores, sendo, na minha opinião, em termos líricos um dos melhores trabalhos de Alex Turner, “The Jeweller’s Hands” é um excelente exemplo disso mesmo.
Relativamente ao álbum este começa com “My Propeller”, uma faixa que indica claramente ao que veio o álbum, uma sonoridade sombria, guiada pelas guitarras e pelos vocais de Turner. A segunda faixa, e o single mais reconhecido e mais orelhudo do álbum, é a excelente “Crying Lightning” que nos recebe com o seu baixo e que nos conduz até ao primeiro pré-referão, a partir daí a faixa aumenta de grandeza, com mais destaque para as guitarras e para os vocais de Turner que nos leva mais uma vez ao excelente refrão da musica e por sua vez ao pequeno mas grande solo antes de uma ultima explosão, “I hate that little game you’ve called”… Segue-se talvez as duas faixas menos boas do álbum Dangerous Animals, e “Potion Approaching” divididas pela excelente “Secret Door” uma das melhores faixas da discografia dos Arctic Monkeys, faixa essa que pode basicamente ser divida em duas partes. “Fire and the Thud”, mais uma faixa de sonoridade sombria conta com a participação de Alison Mosshart dos The Kills e dos Dead Weather, e trata-se de um crescimento constante até um final onde as guitarras destorcidas dão um certo tom de desespero e raiva à música. A balada do álbum e talvez a balada da banda, “Cornerstone” chega em seguida, uma das melhores letras de Alex Turner, um órgão, um baixo apurado, uma excelente performance de Turner e um videoclipe lendário culminam numa faixa verdadeiramente marcante para a discografia da banda.
Entramos agora, na que é para mim, a melhor fase do álbum, as ultimas 3 faixas, talvez as mais sombrias do álbum e na minha opinião as mais interessantes, “Dance Little Liar” é talvez a minha faixa favorita dos Arctic Monkeys, o órgão sempre presente dando uma sonoridade tensa a esta faixa, para qual a guitarra e o seu tom contribuem, Matt Helders também se faz sentir na bateria, mas o que realmente marca esta faixa é a transição que ocorre por volta dos 2:50, carregada de sentimento e impacto, a musica transforma-se completamente num belíssimo desfilar de guitarras e sons, que acabam por contrastar com a voz de Turner no fim da faixa resultando numa autentica masterpiece. Curiosamente, no álbum de 2013 dos Queens of The Stone Age a faixa “Vampyre Of Time And Memories” faz-me lembrar imenso esta faixa de Arctic Monkeys, não sendo talvez coincidência que Josh Homme tenha estando envolvido em ambas as faixas. “Pretty Visitors” é a faixa mais pesada da discografia de Arcitc Monkeys, com uma bateria incrível, um órgão ameaçador, o lendário verso “What came first the chicken or the dickhead? “, e uma progressão impecável trata-se de um dos momentos mais interessantes na discografia dos Arctic Monkeys. Por ultimo “The Jeweller’s Hands” é uma finalização ideal para este álbum, uma descida até um abismo e uma viagem pela mente de Turner, onde este nos fala de uma lição a aprender com erros cometidos que descreve anteriormente na musica, uma maneira incrível de acabar um álbum incrível.

And now it's no ones fault but yours 
At the foot of the house of cards 
You thought you'd never get obsessed 
You thought the wolves would be impressed 
And you're a sinking stone 
But you know what it's like to hold the jeweler's hand 
That procession of pioneers all drowned
Nota também para o cover do clássico de Nick Cave “Red Right Hand” que infelizmente não está presente na versão europeia do álbum, apenas na versão japonesa.

Em resumo, não será um álbum para o gosto de todos, mas é um álbum incrível, ambicioso, e marcante para a carreira dos Arctic Monkeys, passa a sua afirmação não só como uma banda de indie-rock, mas como uma banda capaz de expandir a sua influência por várias áreas do Rock e da música alternativa em geral. Na minha opinião o melhor da discografia da banda.





Melhores Faixas: “Crying Lightning” “Dance Little Liar” “Pretty Visitors”
Momento Menos Bom: “Dangerous Animals”

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

2017 em 25 Faixas

Ora, chegando o fim do ano, está na hora de fazer um levantamento de algumas das faixas que marcaram o ano em termos musicais para mim, vou procurar deixar um “mix” de faixas lançadas tanto a nível nacional como a nível internacional ao longo deste ano.

MGMT – Little Dark Age




Os MGMT prometem voltar em força em 2018, 5 anos depois do seu ultimo trabalho, e apresentaram-nos dois singles que deixaram água na boca aos fãs já em 2017 (caso para dizer 7 anos depois do ultimo single que deixou marca). O primeiro destes foi Little Dark Age, uma faixa dominada por sintetizadores, com uma sonoridade algo gótica, condizente com a imagética do vídeo. Vale a pena ouvir, e fico a espera do trabalho final, com a esperança de ver esta banda voltar a boa forma de outros tempos.

Paramore – Told You So



Saída de um dos meus 10 álbuns favoritos do ano chega este single dos Paramore, Told You So. Este foi o segundo single do álbum, e inegavelmente um dos pontos altos do mesmo. A lírica desta musica é direta ao assunto, começando com um “For all I know/The best is over and the worst is yet to come”, sendo um exemplo perfeito da dinâmica deste álbum, com os seus instrumentais alegres, reminiscentes tanto de pop-Rock como de Synthpop ou mesmo de Indie Rock, contrastando com uma lírica pesada e tudo menos alegre.


Ermo – ctrl + c ctrl + v



Esta faixa esta bem fresca enquanto escrevo este artigo, mas a verdade é que me apanhou de surpresa bem recentemente este álbum, ainda não tinha escutado Ermo, mas quando ouvi esta faixa foi um amor à primeira vista, uma mistura de géneros, mas essencialmente sons eletrónicos, resulta numa sonoridade fresca e bem interessante, bem expressa neste álbum. Vale a pena escutar


The National – The Systeam Only Dreams In Total Darkness



Para mim, talvez, o riff de guitarra, os vocais, o solo, as back vocals, a mistura perfeita, tudo. Uma faixa de Rock com tudo para oferecer, e que não deixa nada passar ao lado. O riff de guitarra vai sem duvida ficar na cabeça, estas pequenas notas que vão tocando criando um ambiente incrível durante a faixa e oferecendo uma certa tensão à musica. Por outro lado também o piano serve como uma cama perfeita para a voz de Matt Berninger, pelo meio um incrível solo de guitarra, antes de tudo culminar num ultimo bridge e refrão. Resumindo, 4 minutos intensos, e é clicar no botão para repetir a faixa uma e outra vez.


The Legendary Tigerman – Fix Of Rock n’ Roll



Apesar de “Misfist”, o novo álbum de The Legendary Tigerman, já poder ser escutado no Spotify este só sai oficialmente em 2018, e esta Fix Of Rock n’ Roll foi mesmo o primeiro single, uma faixa rica de Rock n’Roll a bua maneira antiga com rifalhadas para dar e vender. Como já referi o álbum já pode ser escutado no Spotify e recomendo a todos os leitores a audição do mesmo, sem duvida vai ser um dos grandes álbuns de 2018, faixas com “Black Hole” e “The Saddest Girl On Earth” não deixam margem para duvidas, um enorme álbum de Rock.


Arcade Fire – Put Your Money On Me



Pode ter sido um álbum fraco para o que os Arcade Fire nos habituaram ao longo dos anos, mas que “Everything Now” tem os seus momentos fortes, isso é um facto. “Put Your Money On Me” é um desses momentos, uma faixa com uma progressão incrível, com vibes tanto de “Neon Bible” como de ABBA. Espero sinceramente que seja uma das faixas que os Arcade Fire escolham apresentar no Campo Pequeno em Abril.


Queens Of The Stone Age – Villains Of Circunstance



Outro álbum que não me conseguiu impressionar este ano foi “Villains” dos QOTSA, apesar de tudo, este álbum apresenta para mim uma das melhores faixas deste ano, “Villains OF Circunstance”. Esta é uma faixa ao estilo de “…Like Clockwork” o anterior trabalho da banda, com alguns dos melhores lyrics lançados em 2017 e uma sonoridade escura, Josh Homme leva-nos mais uma vez a uma viagem musical incrível por sentimentos, lutas internas e inseguranças.
De destacar a seguinte estrofe:
“There's no magic bullet, no cure for pain
What's done is done, 'til you do it again
Life in pursuit of a nameless prey
I've been so close, I'm so far away
It's so hard to explain, so easy to feel
I need you now, nothing is real
Save me from the villains of circumstance
Before I lose my place”


Manel Cruz – Ainda não Acabei



Manel Cruz vai regressar aos álbuns em 2018, mas para já ficamos com esta Ainda Não Acabei, e que excelente aperitivo que é, a lírica de Manel Cruz, forte como sempre, faz-se acompanhar por um brilhante instrumental com toques de diversos géneros musicais, mas sendo essencialmente uma faixa Rock. Porém o essencial é mesmo, Manuel Cruz ainda não acabou, e tem mais para nos apresentar já em 2018.


Lorde – Sober II (Melodrama)



Talvez não seja a faixa mais conhecida ou mais reproduzida do que para mim foi o melhor álbum de 2017, mas aqui Lorde joga nos seus pontos fortes, um instrumental rico que navega algures entre o pop e a indietrónica, mas onde o que brilha é a performance vocal de Lorde. Talvez a minha faixa preferida dentro do álbum e mais uma das faixas que mais tocou por aqui em 2017.


Slow J & Nerve – Às Vezes



Outro álbum forte do panorama nacional foi o “The Art Of Slowing Down” de Slow J, vivendo num limbo de diversos géneros, talvez entre o Rock e o Hip Hop, mas com um toque de tantos outros géneros este álbum é essencialmente eclético, mas nem por isso confuso, sendo surpreendentemente coeso. “Às vezes” oferece um beat com uns toques de trip-hop e uma lírica forte onde Slow J faz um relato de solidão, mesmo quando se está rodeado de amigos, que segundo próprio o querem ver morto ou da namorada que o deixou. Bem tendo em conta esta lírica existe apenas um convidado óbvio, Nerve, o “sacana nervoso” aparece nesta faixa para reforçar esta narrativa da melhor maneira antes de uma ultima explosão instrumental que fecha esta faixa.


Purity Ring – Asido



Infelizmente 2017 não nos trouxe um álbum novo de Purity Ring, mas tivemos direito a uma faixa nova, Asido, uma faixa que exemplifica perfeitamente a fórmula de Purity Ring, instrumentais ricos de Synthpop, com toques de Trip-Hop e Witch House aqui e ali, acompanhados dos vocais angelicais de Megan James que nos contam narrativas violentas tanto do ponto e vista literal como emocional. Assim é Asido, o instrumental de Corin Roddick serve de base perfeita para os vocais de Megan James, que nos oferecem um relato repleto de visões de solidão, loucura e imagética violenta.  Um exemplo perfeito de uma excelente faixa de Purity Ring.


Tyler, The Creator – Boredom



Um dos álbuns mais marcantes do ano foi sem duvida o álbum de Tyler, The Creator, Flower Boy, e uma das faixas mais interessantes talvez tenha sido esta Boredom, e aqui não me refiro em particular à versão de estúdio desta faixa (embora também seja um dos pontos mais interessantes deste álbum) mas sim a versão que Tyler interpretou recentemente no “NPR Music Tiny Desk Concert”, vale a pena ver todo o concerto, onde Tyler, The Creator acompanhado de banda nos oferece um dos melhores “Tiny Desc Concerts” até ao momento.


Valete – Rap Consciente



Valete regressou este ano com esta faixa bombástica, uma crítica ao Hip Hop atual, anunciando o regresso do seu rap-sujo e do rap com conteúdo, ficamos a espera de mais de Valete, por esta amostra vai ser sem duvida fortíssimo.


Chelsea Wolfe – 16 Psyche



O primeiro single do novo trabalho de Chelsea Wolfe, “16 Psyche”, talvez não seja uma faixa tão experimental como Vex, mas é sem duvida um ponto alto do álbum, como já foi explorado no meu top 10 álbuns de 2017, os instrumentais típicos de Doom Metal, em contraste com os vocais oferecem uma experiência musical das mais interessantes do ano.


Luís Severo – Escola



Um dos melhores álbuns do ano a nível nacional foi sem duvida o novo trabalho de Luís Severo, sendo que esta faixa “Escola” é um dos pontos fortes do mesmo. A nível lírico Severo parece falar dos tempos de escola, não parecendo esses mesmos tempos terem sido particularmente agradáveis para o narrador o mesmo não parece estar particularmente contente com a atualidade referindo “Da escola que é a melhor parte da vida/Mas só porque a vida é mesmo uma merda”. Um álbum obrigatório dentro do que foi feito no panorama nacional em 2017.

  Zola Jesus – Soak



Outro dos pontos altos de 2017 foi o novo trabalho de Zola Jesus (podem ler mais sobre o mesmo no artigo referente aos 10 melhores álbuns de 2017), um álbum particularmente Dark, onde além do ponto alto mais óbvio, “Exhumed”, também outras faixas deixaram marcas, entre elas esta “Soak”. Mais uma vez os sintetizadores e os vocais fortes de Zola Jesus dominam a faixa, criando um ambiente muito próprio durante a faixa, com uma certa tensão ao longo da mesma.  


Joey Bada$$ & ScHoolBoy Q – Rockabye Baby



Ainda antes de Kendrick Lamar ter lançado do seu DAMN. 2017 já tinha recebido um exclente álbum de Hip Hop, com o All-Amerikkkan Bada$$ de Joey Bada$$. Para mim o ponto alto deste trabalho será mesmo esta faixa, com um beat forte e direto ao assunto (e perfeito para esta participação de ScHoolboy Q), uma forte componente política, uma participação incrível de ScHoolBoy Q e um refrão incrivelmente catchy (Feel the energy surge through my veins when i flow/Mentally, i can never be controlled) esta é sem duvida uma das melhores faixas de Hip Hop do ano.


Kendrick Lamar – HUMBLE.



Por falar de faixas de Hip Hop, esta não dá para escapar, um vídeo incrível e um tempo de antena incrivelmente alto em diversas estações de rádio, “HUMBLE.” foi sem duvida uma das faixas do ano em todos os sentidos.  


Alt-J – 3WW



Este foi também o ano de um novo álbum de alt-J, “Relaxer”, e bem… Foi um álbum algo confuso, não muito coeso, mas cheio de momentos altos e de momentos muito baixos. Desde faixas que não deixam grande marca até momentos simplesmente estranhos como o cover de “House Of The Rising Sun” até das melhores faixas que a banda já lançou como “3WW”. Foi o primeiro single do álbum, e deixou-me com um hype gigantesco para o lançamento do mesmo, que faixa incrível, experimental, inovadora e ao mesmo tempo simplesmente uma faixa bonita. A voz de Ellie Roswell dos Wolf Alice encaixa perfeitamente, o instrumental é equilibrado e cria um ambiente bastante calmo e que nos transporta durante alguns momentos para o um estado mais relaxado. Vale a pena ouvir.


Cassete Pirata – Pó No Pé



Um nome desconhecido até 2017, os Cassete Pirata chegaram e apresentaram-se com este “Pó no Pé”, uma faixa bem ao estilo de Capitão Fausto, mas que nos deixa com alguma curiosidade para ver o que esta banda irá apresentar no futuro.


Laura Marling – Wild Once



Laura Marling apresentou-nos mais um belo álbum em 2017, Semper Femina (podem ler mais sobre ele no artigo relativo aos 10 melhores álbuns de 2017), e uma das faixas em destaque nesse álbum será Wild Once. Uma bela faixa Folk ao bom estilo de Laura Marling, é ouvir e desfrutar.


Moonspell – In Tremor Dei



Em 2017 os Moonspell lançaram o seu primeiro álbum inteiramente em português, e que grande álbum que foi, 1755 é trata-se de um álbum conceptual sobre o terramoto de Lisboa de 1755, e é certamente um grande triunfo a vários níveis para a banda. “In Tremor Dei” foi um dos singles e um dos pontos altos do álbum, contando com a participação do fadista Paulo Bragança.


Benjamim & Barnaby Keen – Terra Firme



Outro dos álbuns nacionais interessantes de 2017 foi “1986”, de Benjamim e do britânico Barnaby Keen. “Terra Firme” seja talvez a faixa fortes deste trabalho, onde a voz de Benjamim apoiada por um excelente instrumental nos oferece uma das melhores faixas nacionais do ano.


Linda Martini – Gravidade



Em 2018 também os Linda Martini vão estar de regresso, e este Gravidade foi o primeiro avanço do álbum, uma faixa muito Math Rock, com duas fases bem distintas. Em relação ao álbum, neste momento apenas temos este aperitivo, mas pelo que ouvi no “Rumble In the Jungle”, series de concertos que os Linda Martini fizeram juntamente com o Legendary Tigerman, vamos poder ver um álbum brilhante de Linda Martini, recheado de bom Rock.


Clairo – Pretty Girl



Bem, uma das tendências musicais que parece estar claramente em crescente é o Lo-Fi, e um dos nomes mais interessantes do género, é mesmo Clairo. Aos 19 anos Clairo chega ao publico através do Youtube e do Bandicamp com algumas das faias mais interessantes que ouvi em 2017 dentro deste género, nomeadamente esta “Pretty Girl” e a excelente “Flamming Hot Cheetos”. A voz de Clairo é estranhamente relaxante e encaixa na perfeição com o instrumental simples e Lo-Fi criando uma experiência fresca e interessante, complementada por um videoclipe com um orçamento de 0 euros que mais uma vez, estranhamente, encaixa na perfeição com a faixa.


E pronto, aqui estão, 25 faixas, que descrevem bem o que de melhor o ano de 2017 ofereceu a nível musical, e algumas das que mais passaram/vão passar por aqui durante este ano. Ficam aqui para já os votos de um bom 2018, e que este nos traga boa musica nova.