quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

2017 em 25 Faixas

Ora, chegando o fim do ano, está na hora de fazer um levantamento de algumas das faixas que marcaram o ano em termos musicais para mim, vou procurar deixar um “mix” de faixas lançadas tanto a nível nacional como a nível internacional ao longo deste ano.

MGMT – Little Dark Age




Os MGMT prometem voltar em força em 2018, 5 anos depois do seu ultimo trabalho, e apresentaram-nos dois singles que deixaram água na boca aos fãs já em 2017 (caso para dizer 7 anos depois do ultimo single que deixou marca). O primeiro destes foi Little Dark Age, uma faixa dominada por sintetizadores, com uma sonoridade algo gótica, condizente com a imagética do vídeo. Vale a pena ouvir, e fico a espera do trabalho final, com a esperança de ver esta banda voltar a boa forma de outros tempos.

Paramore – Told You So



Saída de um dos meus 10 álbuns favoritos do ano chega este single dos Paramore, Told You So. Este foi o segundo single do álbum, e inegavelmente um dos pontos altos do mesmo. A lírica desta musica é direta ao assunto, começando com um “For all I know/The best is over and the worst is yet to come”, sendo um exemplo perfeito da dinâmica deste álbum, com os seus instrumentais alegres, reminiscentes tanto de pop-Rock como de Synthpop ou mesmo de Indie Rock, contrastando com uma lírica pesada e tudo menos alegre.


Ermo – ctrl + c ctrl + v



Esta faixa esta bem fresca enquanto escrevo este artigo, mas a verdade é que me apanhou de surpresa bem recentemente este álbum, ainda não tinha escutado Ermo, mas quando ouvi esta faixa foi um amor à primeira vista, uma mistura de géneros, mas essencialmente sons eletrónicos, resulta numa sonoridade fresca e bem interessante, bem expressa neste álbum. Vale a pena escutar


The National – The Systeam Only Dreams In Total Darkness



Para mim, talvez, o riff de guitarra, os vocais, o solo, as back vocals, a mistura perfeita, tudo. Uma faixa de Rock com tudo para oferecer, e que não deixa nada passar ao lado. O riff de guitarra vai sem duvida ficar na cabeça, estas pequenas notas que vão tocando criando um ambiente incrível durante a faixa e oferecendo uma certa tensão à musica. Por outro lado também o piano serve como uma cama perfeita para a voz de Matt Berninger, pelo meio um incrível solo de guitarra, antes de tudo culminar num ultimo bridge e refrão. Resumindo, 4 minutos intensos, e é clicar no botão para repetir a faixa uma e outra vez.


The Legendary Tigerman – Fix Of Rock n’ Roll



Apesar de “Misfist”, o novo álbum de The Legendary Tigerman, já poder ser escutado no Spotify este só sai oficialmente em 2018, e esta Fix Of Rock n’ Roll foi mesmo o primeiro single, uma faixa rica de Rock n’Roll a bua maneira antiga com rifalhadas para dar e vender. Como já referi o álbum já pode ser escutado no Spotify e recomendo a todos os leitores a audição do mesmo, sem duvida vai ser um dos grandes álbuns de 2018, faixas com “Black Hole” e “The Saddest Girl On Earth” não deixam margem para duvidas, um enorme álbum de Rock.


Arcade Fire – Put Your Money On Me



Pode ter sido um álbum fraco para o que os Arcade Fire nos habituaram ao longo dos anos, mas que “Everything Now” tem os seus momentos fortes, isso é um facto. “Put Your Money On Me” é um desses momentos, uma faixa com uma progressão incrível, com vibes tanto de “Neon Bible” como de ABBA. Espero sinceramente que seja uma das faixas que os Arcade Fire escolham apresentar no Campo Pequeno em Abril.


Queens Of The Stone Age – Villains Of Circunstance



Outro álbum que não me conseguiu impressionar este ano foi “Villains” dos QOTSA, apesar de tudo, este álbum apresenta para mim uma das melhores faixas deste ano, “Villains OF Circunstance”. Esta é uma faixa ao estilo de “…Like Clockwork” o anterior trabalho da banda, com alguns dos melhores lyrics lançados em 2017 e uma sonoridade escura, Josh Homme leva-nos mais uma vez a uma viagem musical incrível por sentimentos, lutas internas e inseguranças.
De destacar a seguinte estrofe:
“There's no magic bullet, no cure for pain
What's done is done, 'til you do it again
Life in pursuit of a nameless prey
I've been so close, I'm so far away
It's so hard to explain, so easy to feel
I need you now, nothing is real
Save me from the villains of circumstance
Before I lose my place”


Manel Cruz – Ainda não Acabei



Manel Cruz vai regressar aos álbuns em 2018, mas para já ficamos com esta Ainda Não Acabei, e que excelente aperitivo que é, a lírica de Manel Cruz, forte como sempre, faz-se acompanhar por um brilhante instrumental com toques de diversos géneros musicais, mas sendo essencialmente uma faixa Rock. Porém o essencial é mesmo, Manuel Cruz ainda não acabou, e tem mais para nos apresentar já em 2018.


Lorde – Sober II (Melodrama)



Talvez não seja a faixa mais conhecida ou mais reproduzida do que para mim foi o melhor álbum de 2017, mas aqui Lorde joga nos seus pontos fortes, um instrumental rico que navega algures entre o pop e a indietrónica, mas onde o que brilha é a performance vocal de Lorde. Talvez a minha faixa preferida dentro do álbum e mais uma das faixas que mais tocou por aqui em 2017.


Slow J & Nerve – Às Vezes



Outro álbum forte do panorama nacional foi o “The Art Of Slowing Down” de Slow J, vivendo num limbo de diversos géneros, talvez entre o Rock e o Hip Hop, mas com um toque de tantos outros géneros este álbum é essencialmente eclético, mas nem por isso confuso, sendo surpreendentemente coeso. “Às vezes” oferece um beat com uns toques de trip-hop e uma lírica forte onde Slow J faz um relato de solidão, mesmo quando se está rodeado de amigos, que segundo próprio o querem ver morto ou da namorada que o deixou. Bem tendo em conta esta lírica existe apenas um convidado óbvio, Nerve, o “sacana nervoso” aparece nesta faixa para reforçar esta narrativa da melhor maneira antes de uma ultima explosão instrumental que fecha esta faixa.


Purity Ring – Asido



Infelizmente 2017 não nos trouxe um álbum novo de Purity Ring, mas tivemos direito a uma faixa nova, Asido, uma faixa que exemplifica perfeitamente a fórmula de Purity Ring, instrumentais ricos de Synthpop, com toques de Trip-Hop e Witch House aqui e ali, acompanhados dos vocais angelicais de Megan James que nos contam narrativas violentas tanto do ponto e vista literal como emocional. Assim é Asido, o instrumental de Corin Roddick serve de base perfeita para os vocais de Megan James, que nos oferecem um relato repleto de visões de solidão, loucura e imagética violenta.  Um exemplo perfeito de uma excelente faixa de Purity Ring.


Tyler, The Creator – Boredom



Um dos álbuns mais marcantes do ano foi sem duvida o álbum de Tyler, The Creator, Flower Boy, e uma das faixas mais interessantes talvez tenha sido esta Boredom, e aqui não me refiro em particular à versão de estúdio desta faixa (embora também seja um dos pontos mais interessantes deste álbum) mas sim a versão que Tyler interpretou recentemente no “NPR Music Tiny Desk Concert”, vale a pena ver todo o concerto, onde Tyler, The Creator acompanhado de banda nos oferece um dos melhores “Tiny Desc Concerts” até ao momento.


Valete – Rap Consciente



Valete regressou este ano com esta faixa bombástica, uma crítica ao Hip Hop atual, anunciando o regresso do seu rap-sujo e do rap com conteúdo, ficamos a espera de mais de Valete, por esta amostra vai ser sem duvida fortíssimo.


Chelsea Wolfe – 16 Psyche



O primeiro single do novo trabalho de Chelsea Wolfe, “16 Psyche”, talvez não seja uma faixa tão experimental como Vex, mas é sem duvida um ponto alto do álbum, como já foi explorado no meu top 10 álbuns de 2017, os instrumentais típicos de Doom Metal, em contraste com os vocais oferecem uma experiência musical das mais interessantes do ano.


Luís Severo – Escola



Um dos melhores álbuns do ano a nível nacional foi sem duvida o novo trabalho de Luís Severo, sendo que esta faixa “Escola” é um dos pontos fortes do mesmo. A nível lírico Severo parece falar dos tempos de escola, não parecendo esses mesmos tempos terem sido particularmente agradáveis para o narrador o mesmo não parece estar particularmente contente com a atualidade referindo “Da escola que é a melhor parte da vida/Mas só porque a vida é mesmo uma merda”. Um álbum obrigatório dentro do que foi feito no panorama nacional em 2017.

  Zola Jesus – Soak



Outro dos pontos altos de 2017 foi o novo trabalho de Zola Jesus (podem ler mais sobre o mesmo no artigo referente aos 10 melhores álbuns de 2017), um álbum particularmente Dark, onde além do ponto alto mais óbvio, “Exhumed”, também outras faixas deixaram marcas, entre elas esta “Soak”. Mais uma vez os sintetizadores e os vocais fortes de Zola Jesus dominam a faixa, criando um ambiente muito próprio durante a faixa, com uma certa tensão ao longo da mesma.  


Joey Bada$$ & ScHoolBoy Q – Rockabye Baby



Ainda antes de Kendrick Lamar ter lançado do seu DAMN. 2017 já tinha recebido um exclente álbum de Hip Hop, com o All-Amerikkkan Bada$$ de Joey Bada$$. Para mim o ponto alto deste trabalho será mesmo esta faixa, com um beat forte e direto ao assunto (e perfeito para esta participação de ScHoolboy Q), uma forte componente política, uma participação incrível de ScHoolBoy Q e um refrão incrivelmente catchy (Feel the energy surge through my veins when i flow/Mentally, i can never be controlled) esta é sem duvida uma das melhores faixas de Hip Hop do ano.


Kendrick Lamar – HUMBLE.



Por falar de faixas de Hip Hop, esta não dá para escapar, um vídeo incrível e um tempo de antena incrivelmente alto em diversas estações de rádio, “HUMBLE.” foi sem duvida uma das faixas do ano em todos os sentidos.  


Alt-J – 3WW



Este foi também o ano de um novo álbum de alt-J, “Relaxer”, e bem… Foi um álbum algo confuso, não muito coeso, mas cheio de momentos altos e de momentos muito baixos. Desde faixas que não deixam grande marca até momentos simplesmente estranhos como o cover de “House Of The Rising Sun” até das melhores faixas que a banda já lançou como “3WW”. Foi o primeiro single do álbum, e deixou-me com um hype gigantesco para o lançamento do mesmo, que faixa incrível, experimental, inovadora e ao mesmo tempo simplesmente uma faixa bonita. A voz de Ellie Roswell dos Wolf Alice encaixa perfeitamente, o instrumental é equilibrado e cria um ambiente bastante calmo e que nos transporta durante alguns momentos para o um estado mais relaxado. Vale a pena ouvir.


Cassete Pirata – Pó No Pé



Um nome desconhecido até 2017, os Cassete Pirata chegaram e apresentaram-se com este “Pó no Pé”, uma faixa bem ao estilo de Capitão Fausto, mas que nos deixa com alguma curiosidade para ver o que esta banda irá apresentar no futuro.


Laura Marling – Wild Once



Laura Marling apresentou-nos mais um belo álbum em 2017, Semper Femina (podem ler mais sobre ele no artigo relativo aos 10 melhores álbuns de 2017), e uma das faixas em destaque nesse álbum será Wild Once. Uma bela faixa Folk ao bom estilo de Laura Marling, é ouvir e desfrutar.


Moonspell – In Tremor Dei



Em 2017 os Moonspell lançaram o seu primeiro álbum inteiramente em português, e que grande álbum que foi, 1755 é trata-se de um álbum conceptual sobre o terramoto de Lisboa de 1755, e é certamente um grande triunfo a vários níveis para a banda. “In Tremor Dei” foi um dos singles e um dos pontos altos do álbum, contando com a participação do fadista Paulo Bragança.


Benjamim & Barnaby Keen – Terra Firme



Outro dos álbuns nacionais interessantes de 2017 foi “1986”, de Benjamim e do britânico Barnaby Keen. “Terra Firme” seja talvez a faixa fortes deste trabalho, onde a voz de Benjamim apoiada por um excelente instrumental nos oferece uma das melhores faixas nacionais do ano.


Linda Martini – Gravidade



Em 2018 também os Linda Martini vão estar de regresso, e este Gravidade foi o primeiro avanço do álbum, uma faixa muito Math Rock, com duas fases bem distintas. Em relação ao álbum, neste momento apenas temos este aperitivo, mas pelo que ouvi no “Rumble In the Jungle”, series de concertos que os Linda Martini fizeram juntamente com o Legendary Tigerman, vamos poder ver um álbum brilhante de Linda Martini, recheado de bom Rock.


Clairo – Pretty Girl



Bem, uma das tendências musicais que parece estar claramente em crescente é o Lo-Fi, e um dos nomes mais interessantes do género, é mesmo Clairo. Aos 19 anos Clairo chega ao publico através do Youtube e do Bandicamp com algumas das faias mais interessantes que ouvi em 2017 dentro deste género, nomeadamente esta “Pretty Girl” e a excelente “Flamming Hot Cheetos”. A voz de Clairo é estranhamente relaxante e encaixa na perfeição com o instrumental simples e Lo-Fi criando uma experiência fresca e interessante, complementada por um videoclipe com um orçamento de 0 euros que mais uma vez, estranhamente, encaixa na perfeição com a faixa.


E pronto, aqui estão, 25 faixas, que descrevem bem o que de melhor o ano de 2017 ofereceu a nível musical, e algumas das que mais passaram/vão passar por aqui durante este ano. Ficam aqui para já os votos de um bom 2018, e que este nos traga boa musica nova. 

Sem comentários:

Enviar um comentário