quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

2017 em 25 Faixas

Ora, chegando o fim do ano, está na hora de fazer um levantamento de algumas das faixas que marcaram o ano em termos musicais para mim, vou procurar deixar um “mix” de faixas lançadas tanto a nível nacional como a nível internacional ao longo deste ano.

MGMT – Little Dark Age




Os MGMT prometem voltar em força em 2018, 5 anos depois do seu ultimo trabalho, e apresentaram-nos dois singles que deixaram água na boca aos fãs já em 2017 (caso para dizer 7 anos depois do ultimo single que deixou marca). O primeiro destes foi Little Dark Age, uma faixa dominada por sintetizadores, com uma sonoridade algo gótica, condizente com a imagética do vídeo. Vale a pena ouvir, e fico a espera do trabalho final, com a esperança de ver esta banda voltar a boa forma de outros tempos.

Paramore – Told You So



Saída de um dos meus 10 álbuns favoritos do ano chega este single dos Paramore, Told You So. Este foi o segundo single do álbum, e inegavelmente um dos pontos altos do mesmo. A lírica desta musica é direta ao assunto, começando com um “For all I know/The best is over and the worst is yet to come”, sendo um exemplo perfeito da dinâmica deste álbum, com os seus instrumentais alegres, reminiscentes tanto de pop-Rock como de Synthpop ou mesmo de Indie Rock, contrastando com uma lírica pesada e tudo menos alegre.


Ermo – ctrl + c ctrl + v



Esta faixa esta bem fresca enquanto escrevo este artigo, mas a verdade é que me apanhou de surpresa bem recentemente este álbum, ainda não tinha escutado Ermo, mas quando ouvi esta faixa foi um amor à primeira vista, uma mistura de géneros, mas essencialmente sons eletrónicos, resulta numa sonoridade fresca e bem interessante, bem expressa neste álbum. Vale a pena escutar


The National – The Systeam Only Dreams In Total Darkness



Para mim, talvez, o riff de guitarra, os vocais, o solo, as back vocals, a mistura perfeita, tudo. Uma faixa de Rock com tudo para oferecer, e que não deixa nada passar ao lado. O riff de guitarra vai sem duvida ficar na cabeça, estas pequenas notas que vão tocando criando um ambiente incrível durante a faixa e oferecendo uma certa tensão à musica. Por outro lado também o piano serve como uma cama perfeita para a voz de Matt Berninger, pelo meio um incrível solo de guitarra, antes de tudo culminar num ultimo bridge e refrão. Resumindo, 4 minutos intensos, e é clicar no botão para repetir a faixa uma e outra vez.


The Legendary Tigerman – Fix Of Rock n’ Roll



Apesar de “Misfist”, o novo álbum de The Legendary Tigerman, já poder ser escutado no Spotify este só sai oficialmente em 2018, e esta Fix Of Rock n’ Roll foi mesmo o primeiro single, uma faixa rica de Rock n’Roll a bua maneira antiga com rifalhadas para dar e vender. Como já referi o álbum já pode ser escutado no Spotify e recomendo a todos os leitores a audição do mesmo, sem duvida vai ser um dos grandes álbuns de 2018, faixas com “Black Hole” e “The Saddest Girl On Earth” não deixam margem para duvidas, um enorme álbum de Rock.


Arcade Fire – Put Your Money On Me



Pode ter sido um álbum fraco para o que os Arcade Fire nos habituaram ao longo dos anos, mas que “Everything Now” tem os seus momentos fortes, isso é um facto. “Put Your Money On Me” é um desses momentos, uma faixa com uma progressão incrível, com vibes tanto de “Neon Bible” como de ABBA. Espero sinceramente que seja uma das faixas que os Arcade Fire escolham apresentar no Campo Pequeno em Abril.


Queens Of The Stone Age – Villains Of Circunstance



Outro álbum que não me conseguiu impressionar este ano foi “Villains” dos QOTSA, apesar de tudo, este álbum apresenta para mim uma das melhores faixas deste ano, “Villains OF Circunstance”. Esta é uma faixa ao estilo de “…Like Clockwork” o anterior trabalho da banda, com alguns dos melhores lyrics lançados em 2017 e uma sonoridade escura, Josh Homme leva-nos mais uma vez a uma viagem musical incrível por sentimentos, lutas internas e inseguranças.
De destacar a seguinte estrofe:
“There's no magic bullet, no cure for pain
What's done is done, 'til you do it again
Life in pursuit of a nameless prey
I've been so close, I'm so far away
It's so hard to explain, so easy to feel
I need you now, nothing is real
Save me from the villains of circumstance
Before I lose my place”


Manel Cruz – Ainda não Acabei



Manel Cruz vai regressar aos álbuns em 2018, mas para já ficamos com esta Ainda Não Acabei, e que excelente aperitivo que é, a lírica de Manel Cruz, forte como sempre, faz-se acompanhar por um brilhante instrumental com toques de diversos géneros musicais, mas sendo essencialmente uma faixa Rock. Porém o essencial é mesmo, Manuel Cruz ainda não acabou, e tem mais para nos apresentar já em 2018.


Lorde – Sober II (Melodrama)



Talvez não seja a faixa mais conhecida ou mais reproduzida do que para mim foi o melhor álbum de 2017, mas aqui Lorde joga nos seus pontos fortes, um instrumental rico que navega algures entre o pop e a indietrónica, mas onde o que brilha é a performance vocal de Lorde. Talvez a minha faixa preferida dentro do álbum e mais uma das faixas que mais tocou por aqui em 2017.


Slow J & Nerve – Às Vezes



Outro álbum forte do panorama nacional foi o “The Art Of Slowing Down” de Slow J, vivendo num limbo de diversos géneros, talvez entre o Rock e o Hip Hop, mas com um toque de tantos outros géneros este álbum é essencialmente eclético, mas nem por isso confuso, sendo surpreendentemente coeso. “Às vezes” oferece um beat com uns toques de trip-hop e uma lírica forte onde Slow J faz um relato de solidão, mesmo quando se está rodeado de amigos, que segundo próprio o querem ver morto ou da namorada que o deixou. Bem tendo em conta esta lírica existe apenas um convidado óbvio, Nerve, o “sacana nervoso” aparece nesta faixa para reforçar esta narrativa da melhor maneira antes de uma ultima explosão instrumental que fecha esta faixa.


Purity Ring – Asido



Infelizmente 2017 não nos trouxe um álbum novo de Purity Ring, mas tivemos direito a uma faixa nova, Asido, uma faixa que exemplifica perfeitamente a fórmula de Purity Ring, instrumentais ricos de Synthpop, com toques de Trip-Hop e Witch House aqui e ali, acompanhados dos vocais angelicais de Megan James que nos contam narrativas violentas tanto do ponto e vista literal como emocional. Assim é Asido, o instrumental de Corin Roddick serve de base perfeita para os vocais de Megan James, que nos oferecem um relato repleto de visões de solidão, loucura e imagética violenta.  Um exemplo perfeito de uma excelente faixa de Purity Ring.


Tyler, The Creator – Boredom



Um dos álbuns mais marcantes do ano foi sem duvida o álbum de Tyler, The Creator, Flower Boy, e uma das faixas mais interessantes talvez tenha sido esta Boredom, e aqui não me refiro em particular à versão de estúdio desta faixa (embora também seja um dos pontos mais interessantes deste álbum) mas sim a versão que Tyler interpretou recentemente no “NPR Music Tiny Desk Concert”, vale a pena ver todo o concerto, onde Tyler, The Creator acompanhado de banda nos oferece um dos melhores “Tiny Desc Concerts” até ao momento.


Valete – Rap Consciente



Valete regressou este ano com esta faixa bombástica, uma crítica ao Hip Hop atual, anunciando o regresso do seu rap-sujo e do rap com conteúdo, ficamos a espera de mais de Valete, por esta amostra vai ser sem duvida fortíssimo.


Chelsea Wolfe – 16 Psyche



O primeiro single do novo trabalho de Chelsea Wolfe, “16 Psyche”, talvez não seja uma faixa tão experimental como Vex, mas é sem duvida um ponto alto do álbum, como já foi explorado no meu top 10 álbuns de 2017, os instrumentais típicos de Doom Metal, em contraste com os vocais oferecem uma experiência musical das mais interessantes do ano.


Luís Severo – Escola



Um dos melhores álbuns do ano a nível nacional foi sem duvida o novo trabalho de Luís Severo, sendo que esta faixa “Escola” é um dos pontos fortes do mesmo. A nível lírico Severo parece falar dos tempos de escola, não parecendo esses mesmos tempos terem sido particularmente agradáveis para o narrador o mesmo não parece estar particularmente contente com a atualidade referindo “Da escola que é a melhor parte da vida/Mas só porque a vida é mesmo uma merda”. Um álbum obrigatório dentro do que foi feito no panorama nacional em 2017.

  Zola Jesus – Soak



Outro dos pontos altos de 2017 foi o novo trabalho de Zola Jesus (podem ler mais sobre o mesmo no artigo referente aos 10 melhores álbuns de 2017), um álbum particularmente Dark, onde além do ponto alto mais óbvio, “Exhumed”, também outras faixas deixaram marcas, entre elas esta “Soak”. Mais uma vez os sintetizadores e os vocais fortes de Zola Jesus dominam a faixa, criando um ambiente muito próprio durante a faixa, com uma certa tensão ao longo da mesma.  


Joey Bada$$ & ScHoolBoy Q – Rockabye Baby



Ainda antes de Kendrick Lamar ter lançado do seu DAMN. 2017 já tinha recebido um exclente álbum de Hip Hop, com o All-Amerikkkan Bada$$ de Joey Bada$$. Para mim o ponto alto deste trabalho será mesmo esta faixa, com um beat forte e direto ao assunto (e perfeito para esta participação de ScHoolboy Q), uma forte componente política, uma participação incrível de ScHoolBoy Q e um refrão incrivelmente catchy (Feel the energy surge through my veins when i flow/Mentally, i can never be controlled) esta é sem duvida uma das melhores faixas de Hip Hop do ano.


Kendrick Lamar – HUMBLE.



Por falar de faixas de Hip Hop, esta não dá para escapar, um vídeo incrível e um tempo de antena incrivelmente alto em diversas estações de rádio, “HUMBLE.” foi sem duvida uma das faixas do ano em todos os sentidos.  


Alt-J – 3WW



Este foi também o ano de um novo álbum de alt-J, “Relaxer”, e bem… Foi um álbum algo confuso, não muito coeso, mas cheio de momentos altos e de momentos muito baixos. Desde faixas que não deixam grande marca até momentos simplesmente estranhos como o cover de “House Of The Rising Sun” até das melhores faixas que a banda já lançou como “3WW”. Foi o primeiro single do álbum, e deixou-me com um hype gigantesco para o lançamento do mesmo, que faixa incrível, experimental, inovadora e ao mesmo tempo simplesmente uma faixa bonita. A voz de Ellie Roswell dos Wolf Alice encaixa perfeitamente, o instrumental é equilibrado e cria um ambiente bastante calmo e que nos transporta durante alguns momentos para o um estado mais relaxado. Vale a pena ouvir.


Cassete Pirata – Pó No Pé



Um nome desconhecido até 2017, os Cassete Pirata chegaram e apresentaram-se com este “Pó no Pé”, uma faixa bem ao estilo de Capitão Fausto, mas que nos deixa com alguma curiosidade para ver o que esta banda irá apresentar no futuro.


Laura Marling – Wild Once



Laura Marling apresentou-nos mais um belo álbum em 2017, Semper Femina (podem ler mais sobre ele no artigo relativo aos 10 melhores álbuns de 2017), e uma das faixas em destaque nesse álbum será Wild Once. Uma bela faixa Folk ao bom estilo de Laura Marling, é ouvir e desfrutar.


Moonspell – In Tremor Dei



Em 2017 os Moonspell lançaram o seu primeiro álbum inteiramente em português, e que grande álbum que foi, 1755 é trata-se de um álbum conceptual sobre o terramoto de Lisboa de 1755, e é certamente um grande triunfo a vários níveis para a banda. “In Tremor Dei” foi um dos singles e um dos pontos altos do álbum, contando com a participação do fadista Paulo Bragança.


Benjamim & Barnaby Keen – Terra Firme



Outro dos álbuns nacionais interessantes de 2017 foi “1986”, de Benjamim e do britânico Barnaby Keen. “Terra Firme” seja talvez a faixa fortes deste trabalho, onde a voz de Benjamim apoiada por um excelente instrumental nos oferece uma das melhores faixas nacionais do ano.


Linda Martini – Gravidade



Em 2018 também os Linda Martini vão estar de regresso, e este Gravidade foi o primeiro avanço do álbum, uma faixa muito Math Rock, com duas fases bem distintas. Em relação ao álbum, neste momento apenas temos este aperitivo, mas pelo que ouvi no “Rumble In the Jungle”, series de concertos que os Linda Martini fizeram juntamente com o Legendary Tigerman, vamos poder ver um álbum brilhante de Linda Martini, recheado de bom Rock.


Clairo – Pretty Girl



Bem, uma das tendências musicais que parece estar claramente em crescente é o Lo-Fi, e um dos nomes mais interessantes do género, é mesmo Clairo. Aos 19 anos Clairo chega ao publico através do Youtube e do Bandicamp com algumas das faias mais interessantes que ouvi em 2017 dentro deste género, nomeadamente esta “Pretty Girl” e a excelente “Flamming Hot Cheetos”. A voz de Clairo é estranhamente relaxante e encaixa na perfeição com o instrumental simples e Lo-Fi criando uma experiência fresca e interessante, complementada por um videoclipe com um orçamento de 0 euros que mais uma vez, estranhamente, encaixa na perfeição com a faixa.


E pronto, aqui estão, 25 faixas, que descrevem bem o que de melhor o ano de 2017 ofereceu a nível musical, e algumas das que mais passaram/vão passar por aqui durante este ano. Ficam aqui para já os votos de um bom 2018, e que este nos traga boa musica nova. 

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Top 10 Álbuns 2017

Ora, chegando mais uma vez o mês de Dezembro, está na altura de fazer a revisão do que este ano nos ofereceu do ponto de vista musical. Foi um ano com vários lançamentos interessantes, um upgrade em relação a 2016 (que também teve alguns trabalhos interessantes, ver My Woman da Angel Olsen por exemplo), mas ainda longe do incrível ano que foi 2015.
Com o regresso de nomes gigantes como Arcade Fire, Kendrick Lamar, Queens of The Stone Age e The National e os trabalhos de alguns nomes ascendentes como Julien Baker ou Wolf Alice, quais terão sido os álbuns que deixaram marca em mim? No final quais foram os meus álbuns de eleição?
Antes de mais devo dizer que estas escolhas são baseadas na minha preferência pessoal e na minha perceção relativamente à qualidade dos álbuns em questão, ou seja, são escolhas puramente pessoais.

Vamos partir então a descoberta.

10 º -  Waxahatchee – Out In The Storm



Artista – Waxahatchee
Duração – 32:49
Gênero – Alternative Rock
Data de Lançamento – 14/07/2017

O quarto álbum de estúdio da artista Indie-Folk Norte Americana Waxahatchee apresenta-se como um álbum “mais rock” que alguns trabalhos anteriores, mais próximo mesmo do Alternative Rock do que o seu habitual Folk.
Este Out in The Storm vai variando entre excelentes faixas mais Rock como a primeira Faixa, “Never Been Wrong” e a excelente “Silver” e faixas mais calmas e tradicionalmente folk como “Recite Remorse” e “A Little More”. Ao longo de todo o álbum pode ser notada uma forte carga emocional que se traduz tanto a nível da lírica como a nível instrumental

Uma audição obrigatória para apreciadores tanto de Folk como de Alternative Rock.



Faixas Chave: Never Been Wrong; Silver; No Question.  

9º – Courtney Barnett & Kurt Vile – Lotta Sea Lice



Artista – Courtney Barnett e Kurt Vile
Duração – 44:33
Gênero – Indie Rock
Data de Lançamento – 13/10/2017

Um álbum relativamente inesperado, a junção de dois nomes ascendentes do Rock, dois talentos reconhecidos e com provas dadas em nome próprio. Será seguro dizer que para nenhum destes dois artista este foi o melhor registo discográfico, mas também é seguro afirmar que se trata de um álbum que muito gozo lhes deu fazer.
O álbum é uma mistura de “covers” de musicas a solo de ambos os artistas e novidades como o excelente single Over Everything. Curiosamente estes “Covers” acabam por ser dos pontos mais fortes do álbum, com especial destaque para Outta Woodwork (Cover de uma das musicas criminalmente underrated retirada dos primeiros EPs de Courtney Barnett) e Peepin’ Tom.

As vozes de ambos encaixam de forma bastante eficaz e o álbum acaba por ser fiel à sonoridade dos trabalhos anteriores de ambos, sendo que é um must para os fãs de Rock Alternativo e para os fãs de ambos os artistas.



Faixas Chave: Over Everything; Outta Woodwork; Peepin’ Tom.

8º Paramore – After Laughter



Artista – Paramore
Duração – 42:31
Gênero – Synthpop; Pop-Rock
Data de Lançamento – 12/05/2017

Ok, este foi uma enorme surpresa, se não fosse a recomendação de vários amigos provavelmente nem sequer tinha ouvido este álbum, mas a verdade é que… é mesmo muito bom. Sim Paramore, a banda da nossa adolescência, que fazia o Rock mais adolescente em todo o planeta, produziu um excelente álbum em 2017.
Forte em influências dos anos 80 (nomeadamente de New Wave), mas também com alguma influência de Indie-Rock e especialmente Synthpop (gênero que mais facilmente define este álbum), apresenta-se com um álbum maduro e forte em influências sónicas de qualidade. A nível lírico apresenta-se como um álbum pesado e depressivo (e levado até nós pela excelente voz de Hayley Williams), porém o instrumental indica alegria e energia, digamos que o álbum tenta sorrir perante os tempos difíceis, um conceito interessante.
Porém o álbum apresenta os seus pontos fracos, nomeadamente a segunda metade do mesmo que sabe a pouco especialmente quando na primeira parte temos musicas que nos ficam presas na cabeça durante semanas como Hard Times e Told You So.

Em resumo, uma das propostas mais interessantes de 2017, e uma mudança sónica que me deixa com água na boca para o que os Paramore venham a apresentar no futuro.


Faixas Chave: Hard Times; Told You So; Caught In The Middle.


7º Laura Marling – Semper Femina



Artista – Laura Marling
Duração – 42:19
Gênero – Folk
Data de Lançamento – 10/03/2017

Laura Marling, uma das melhor songwriters dos nossos tempos, não há duvidas disso mesmo. E para confirmar o que acabei de escrever eis que aparece o este Semper Femina.
O primeiro single deste álbum, Soothing apresentava-se como algo bastante novo para a sonoridade de  típica de Laura Marling, era arrojado, mas elegante ao mesmo tempo, deixou água na boca. Porém essa sonoridade não foi totalmente continuada no álbum, acabamos por ter um álbum mais tradicional de folk, sendo que Laura Marling não desilude de qualquer maneira e apresenta mais um trabalho brilhante.
Don’t Pass Me By apresenta-se como uma das melhores faixas de Laura Marling, uma faixa tensa em que a guitarra e a voz de Marling nos guiam por uma história carregada de melancolia. Outro ponto alto do álbum é Wild Once, onde Marling faz uso da guitarra acústica.

No fim trata-se de mais um excelente capítulo numa discografia já muito cheia (em quantidade e mais importante em qualidade) especialmente tendo em conta que Marling tem neste momento apenas 27 anos de idade.


Faixas Chave: Soothing; Don’t Pass Me By; Wild Once.


6º Zola Jesus – Okovi



Artista – Zola Jesus
Duração – 39:59
Gênero – Gothic Pop; Dark Wave.
Data de Lançamento – 8/9/2017

Depois de um álbum menos bem recebido em Taiga, Zola Jesus volta as suas raízes e apresenta um álbum menos “Pop” mais “Dark” e mais conectado com as suas origens.
Okovi apresenta-se como um álbum forte do ponto de vista emocional, sendo que a sua produção acompanha estas temáticas fortes criando assim uma sonoridade urgente e em momentos de uma audição menos fácil.
Após uma intro algo “underwhelming” (Doma) chega Exhumed, o primeiro single e, sem duvida, o ponto alto do álbum (e talvez das melhores musicas deste ano), uma musica urgente, pesada e extremamente “Dark”, acaba por coloca a fasquia bem alta para o resto do álbum, e definir também o tom para o que se segue, vale a pena escutar. A faixa seguinte, Soak, é também um dos grandes momentos deste álbum, onde os vocais de Zola Jesus parecem particularmente eficazes. O álbum tem também momentos de audições mais acessível, como Siphon, um dos momentos mais Synthpop do álbum.

Mais uma vez, também aqui a segunda parte do álbum deixa algo a desejar em relação à primeira metade, porém este não deixa de ser um excelente registo e um claro regresso de forma para Zola Jesus, estou ansioso por ver mais nos próximos tempos.


Faixas Chave: Exhumed; Soak; Siphon.


5º Tyler The Creator – Flower Boy


Artista – Tyler The Creator
Duração – 46:33
Gênero – Alternative Hip Hop
Data de Lançamento – 21/7/2017

Ora Tyler The Creator, uma das figuras mais sui generis do Hip Hop, e da musica em geral, a nível mundial. Depois de um álbum que dececionou muita gente, Cherry Bomb, Tyler The Creator lança este Flower Boy, um claro regresso a sua melhor forma.
Trata-se de um álbum mais maduro a diversos níveis, tanto a nível lírico como a nível de produção, mas com aquele toque de loucura (e genialidade) a que o Tyler nos habitua desde o inicio da sua carreira, seja em faixas mais “agressivas” como o single “I Ain’t Got Time” ou em momentos mais relaxados como “911/Mr Lonely” Tyler faz sempre questão de apresentar uma analise a sua própria personalidade e permitir uma viagem aos seus pensamentos.

Um dos lançamentos mais interessantes do ano, e obrigatório para apreciadores do gênero.


Faixas Chave: I Ain’t Got Time; 911/Mr Lonely; Who Dat Boy.


4º Chelsea Wolfe – Hiss Spun



Artista – Chelsea Wolfe
Duração – 48:19
Gênero – Doom Metal; Metal Experimental
Data de Lançamento: 22/09/2017

Antes de 2017 nunca tinha conhecido o trabalho de Chelsea Wolfe, e devo confessar, trata-se de uma falha enorme, os seus trabalhos anteriores são de grande qualidade (ouvir Feral Love do seu álbum de 2013 “Pain is Beauty” e Iron Moon do álbum “Abyss” para confirmar o que eu digo). Este Hiss Spun continua assim o nível dos trabalhos anteriores de Chelsea Wolfe, uma sonoridade dark, arrastada, que mistura elementos típicos de Doom Metal com elementos de Folk e Rock Alternativo, um verdadeiro tesouro.
O álbum começa menos bem, com talvez a faixa menos boas do mesmo “Spun”, mas rapidamente melhora com a sequência de “16 Psyche” e “Vex”. Esta ultima é para mim uma das melhores faixas de 2017, com uma evolução que culmina com a introdução de Growls no final da musica acompanhando os vocais mais “frágeis” de Chelsea Wolfe e um excelente instrumental para uma das faixas mais interessantes feitas em 2017, a não perder.
Outros pontos interessantes do álbum são sem duvida “The Culling” e “Twin Fawn”, sendo que esta ultima é particularmente interessante e uma verdadeira montanha russa sonora. O álbum tem também os seus momentos mais “calmos” em “Offering” e “Two Spirit” mas nunca sem abandonar as suas raízes Doom e a sua sonoridade negra.

Uma das propostas mais interessantes de 2017 e um 4º lugar merecido, façam um favor a vocês próprios e pesquisem também a discografia anterior da Chelsea Wolfe, vai valer a pena.



Faixas Chave: 16 Psyche; Vex; Twin Fawn.


3º Julien Baker – Turn Out The Lights



Artista – Julien Baker
Gênero – Indie-Folk
Data de Lançamento – 27/10/2017

Depois de um magnifico álbum lançado em 2015 (Sprained Ankle) a cantautora natural do Tennessee, Julien Baker, volta para nos presentear com um fantástico trabalho.
Turn Out The Lights não é um álbum fácil, é pesado emocionalmente, extremamente melancólico e bastante depressivo, não é para ser ouvido em qualquer momento, porém há uma certa simpatia neste álbum, uma certa esperança escondida no meio do desespero. É um álbum bastante depressivo, sim, mas também é um álbum aconchegante de certa maneira.
O álbum abre com uma intro instrumental que prepara o caminho para “Appointments” um dos momentos altos do álbum e que define claramente todo o tom do álbum que se segue, “maybe it’s all gonna turn out all rigth/ And i Know that it’s not, but i have to believe that it is”, canta Baker, sobre um instrumental low key mas perfeito para o poema que Baker nos canta, uma faixa tocante, pesada, a forma ideal para começar este álbum. Seguem-se Turn Out The Lights e Shadowboxing, ambas excelentes faixas, que mantêm o tom do álbum.
Trata-se mesmo de um álbum bastante coeso no que toca ao seu tom e peso emocional, o que o pode tornar uma audição complicada.
O álbum termina com a brilhante Claws in your back, uma faixa que nos remete para a luta contra a depressão e pensamentos auto depressivos, sendo que no fim Baker canta“I change my mind/ I wanted to stay” representando a vontade de enfrentar estes mesmos problemas, numa mensagem final positiva de esperança. Uma excelente forma de acabar este álbum.

Um dos álbuns indispensáveis de 2017, para quem ainda não ouviu está na hora de o fazer.


Faixas Chave: Appointments; Turn Out The Lights; Claws In Your Back.


2º Kendrick Lamar – Damn.


Arista: Kendrick Lamar
Duração: 54:54
Gênero: Hip Hop
Data de Lançamento: 14/04/2017
Depois do brilhante “To Pimp A Butterfly” lançado em 2015, todo o mundo acabou por colocar os olhos em Kendrick Lamar, e este não desiludiu e voltou a apresentar um trabalho de enorme qualidade.
Não há muito mais a dizer em relação a Kendrick Lamar e a este álbum, portanto aqui serei curto.
Uma audição mais linear e menos complicada que o álbum anterior, talvez não no mesmo patamar, na minha opinião, mas perto. Kendrick Lamar com este Damn acaba por reforçar a sua posição como o principal nome do Hip Hop na atualidade, e como um dos maiores nomes da musica em geral. Este álbum contou com a ajuda a nível de produção de nomes fortes como BadBadNotGood e James Blake.
Algumas das principais faixas incluem a incrível “DNA” (uma das melhores faixas de 2017), “HUMBLE” e “FEAR”. 

Faixas Chave: DNA; HUMBLE; FEAR.


Antes de chegarmos ao numero 1 irei apenas indicar algumas menções honrosas.

Moonspell – 1755 – A maior banda de Metal portuguesa lança este ano um incrível álbum baseado no terramoto de 1755. Inteiramente cantado em português, os Moonspell apresenta um álbum muito sólido com momentos fortes e de audição obrigatória como “In Tremor Dei” e “Desastre”, a não perder, especialmente para quem aprecia sonoridades mais pesadas.

Queens Of The Stone Age – Villains – Os QOTSA regressaram aos álbuns após o brilhante …Like Clockwork, porém, na minha opinião, longe desse nível. A produção de Mark Ronson, neste novo álbum parece algo desajustada para a sonoridade dos QOTSA e algumas faixas (como o single The Way You Used To Do) estão um pouco abaixo do esperado. Mas a verdade é quando o álbum é bom, e realmente bom, faixas como Villains Of Circunstance e Fortress são pontos altos a serem conferidos.

Mallu Magalhães – Vem – A artista brasileira voltou com o álbum novo Vem, apresentando uma sonoridade fresca e faixas que ficaram no ouvido ao longo do ano como “Você Não presta”.

The National - Sleep Well Beast - Talvez a faixa do ano esteja neste álbum, "The System Only Dreams In Total Darkness", outras faixas interessantes estão também por este álbum, porém não posso deixar de notar que por vezes o álbum acaba por soar a underwelming. Mesmo assim um dos lançamentos mais interessantes de 2017. 

E agora o momento pelo qual todos esperavam…


1º Lorde – Melodrama



Artista - Lorde
Duração - 40:58
Gênero – Pop
Data de Lançamento – 16/06/2017

E eis que chegamos ao numero 1, ao melhor álbum de 2017 (na minha opinião), e aqui encontramos mais um álbum que eu não pensei ir figurar nesta lista, Melodrama da Lorde.
Melodrama é um álbum interessante de analisar por diversos motivos, em primeiro lugar, este álbum não precisava de ser assim tão bom, Lorde estava numa posição no que toca a sua popularidade que lhe permitia jogar pelo seguro e apresentar um álbum mais fácil de ouvir e mais comercial, aliás do ponto de vista de vendas e de projeção esse mesmo álbum poderia ser mais benéfico para ela.  A realidade é que Lorde arriscou e manteve-se fiel á sua arte e aos seus princípios, e assim nasce este Melodrama.
Curiosamente, na minha opinião, a faixa mais fraca do álbum é exatamente a primeira “Green Light” a faixa mais genérica, com uma sonoridade menos original e riffs de piano igualmente menos inspirados, porém foi selecionado como single e apresentou grande sucesso. Não é que seja uma má faixa, porque não é, simplesmente, na minha opinião é uma faixa que não apresenta o mesmo nível de inovação, originalidade e criatividade que o resto do álbum apresenta. Já que falo dos pontos negativos do álbum, existe apenas uma outra faixa que acaba por nunca me ter conseguido encher as medidas, estou a falar da ultima faixa do álbum “Perfect Places” que na minha opinião partilha alguns dos mesmos problemas que a faixa “Green Light”, mas numa escala menor.
Mas falando do que faz este álbum o meu favorito de 2017, podemos começar a observar já na segunda faixa, Sober, e especialmente na terceira faixa, Homemade Dynamite, musica pop extremamente bem construída, muito bem interpretada, e inovadora, uma lufada de ar fresco neste género provando que ainda existe muito a explorar no mesmo, e que este não se limita ao que se ouve nas principais rádios deste país. A sonoridade é rica, dinâmica e a interpretação e lírica de Lorde é incisiva e eficaz em capturar as emoções desejadas.
Outras faixas a não perder são a excelente Writer in The Dark, Sober II (Melodrama), The Louvre, e a incrível viagem sonora que é a Hard Feelings/Loveless.

Resumindo, um trabalho incrível de Lorde e todos os outros envolvidos no álbum (Flume por exemplo), um justo numero 1, e um álbum que me tem acompanhado em diversas sessões de trabalho. Fico imensamente curioso para ver o que Lorde nos vai apresentar em seguida, esperando que o caminho continue pela inovação.


Faixas Chave: Homemade Dynamite; Hard Feelings/Loveless; Writer In The Dark. 

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Arcade Fire - Everything Now - Review



Artista - Arcade Fire

Duração - 47:11
Lançamento - 28 de Julho de 2017 
Gênero - Indie Rock 

Três anos depois do lançamento do ultimo trabalho (Reflektor), álbum que em geral foi bem recebido, os Arcade Fire voltam com o seu quinto trabalho de estúdio, Everything Now. 

Desde o lançamento do primeiro single ("Everything Now") que as opiniões se dividiam, alguns fãs (onde eu estou incluído) receberam de forma bastante positiva o novo single e o respetivo vídeo, porém outros criticaram o single associando o mesmo com uma sonoridade muito próxima (demasiado próxima) da banda sueca ABBA. Em seguida surgiu o segundo single, "Creature Comfort", o single recebido de maneira geral com maior positivismo, com destaque para o jogo de sintetizadores amplamente elogiado e a entrega de Win Butler a canção que fez lembrar por vezes Talking Heads, porém este single também não escapou a crítica tendo sido criticado pela forma como a letra, demasiado directa e pouco poética, ataca o tema da faixa. Com o aparecimento dos outros dois singles "Electric Blue" e "Signs of Life", também começaram a surgir em mim algumas duvidas relativamente a este álbum, e ao seu conteudo, ambas as faixas aparecem com uma sonoridade anos 80' a piscar o olho ao Disco. 




Eis que então começam a surgir as primeiras reviews, e aqui, mais uma vez, o álbum se apresenta como fracturante, até para a crítica. Por um lado temos publicações como a NME e o Idepedent que ambas oferecem uma pontuação máxima ao álbum (5/5), por outro temos publicações como a Q Magazine que se fica por um 6/10 e uma Consequences of Sound com um C+ (que está na casa dos 60/100), e ainda pior a publicação The 405 oferece ao álbum a score de 20/100. 


Sendo assim surge o dia do lançamento, e eu lá me aventurei a ouvir o álbum, embora com um pé atrás, tendo em conta a qualidade de alguns dos singles e a as reviews que tinha lido até ao momento. O resultado? Bem... Há aqui um claro exagero por parte de alguns fãs e da crítica, estamos, na minha opinião, a falar do álbum mais fraco dos Arcade Fire, mas continua a ser um bom álbum, Everything Now tem momentos muito fortes, mas também alguns momentos fracos. A questão aqui é a seguinte, estamos tão habituados a que os Arcade Fire nos ofereçam álbuns transcendentais que a chegada de um álbum que talvez não seja genial, coloca logo a banda debaixo de fogo. O álbum é bom, volto a reforçar, mas a fasquia estava demasiado elevada, seja por toda a grande promoção que foi feita ao álbum seja pelo passado da banda onde nos oferece álbuns como Funeral ou Suburbs, o hype era demasiado elevado


Vamos lá então falar do álbum, o inicio do mesmo é para mim excelente, com a sequência da Everything Now (continued) e da Everything Now a ser uma forma magnifica de começar um álbum (se o Spotify não decidir colocar um anuncio entre ambas), segue-se a Signs Of Life, algo diferente da primeira faixa, mas incrivelmente Catchy, uma faixa "orelhuda" sem duvida, para acabar esta "primeira parte" do álbum aparece o terceiro single consecutivo, a excelente Creature Comfort, para mim uma das faixas essenciais deste álbum. 




Em seguida para mim aparece a parte mais problemática deste álbum, o meio, com duas das piores faixas que os Arcade Fire já fizeram a surgir seguidas, "Peter Pan" e "Chemestry". A primeira uma canção numa onda mais experimental que acaba por ser uma confusão de sintetizadores, lamento mas não resulta. A pior faixa do álbum é mesmo a seguinte "Chemestry", fraca a nível de lirica, desconexa do resto do álbum e com um instrumental que me lembra um genérico de um anuncio qualquer, não me convence mesmo, solta uma vibe algo "goofy", sendo que a nível de lírica a maior parte da musica consiste da repetição de "Chemestry, you and me/ you and me we got chemestry", para ser sincero o que não tem grande química é esta faixa com o resto do álbum, uma das piores na discografia dos Arcade Fire. Em seguida temos "Infinite Content" e "infinite_content", para ser sincero não tenho grandes problemas com estas faixas, podem ser consideradas filler, sem duvida, um meio termo entre interlude e faixa, porém são experiências interessantes a nível da instrumentalização, e uma audição bastante agradável. Para fechar este segmento temos "Electric Blue", não é das minhas faixas favoritas, é a faixa da Régine Chassagne para este álbum, estaria a mentir se dissesse que a faixa não cresceu um bocadinho em mim, porém também estaria a mentir se dissesse que esta é a melhor das faixas que a Régine fez nos lead vocals, não fez o click comigo esta faixa como fez por exemplo uma Sprawl 2 Moutains Beyond Mountains. 




Para finalizar temos a as ultimas 3 faixas, "Good God Damm", com uma bassline absolutamente deliciosa apresenta-se como uma faixa bastante agradável, com uma atmosfera bem interessante mais "chill" que algumas das faixas anteriores, um momento interessante deste álbum. Em seguida temos outra excelente faixa, "Put Your Money On Me" com uma vibe de "Neon Bible" a querer escapar por algures, umas das minhas faixas favoritas deste álbum merece a pena ser escutada, a progressão desta musica é fantástica e ajuda a que este seja um dos momentos altos deste disco. A penultima faixa é provavelmente a mais apreciada pelos fãs em geral dentro deste álbum, "We Don't Deserve Love" um uso bem interessante de sintetizadores, com uma atmosfera ideal para fechar um álbum, um futuro clássico sem duvida, e bem merecido. Por fim finalizamos como começamos com "Everything Now (Continued)" para ser sincero acho que a forma ideal de terminar o álbum seria mesmo com a "We Don't Deserve Love", nada contra este Interlude, mas a faixa anterior seria acabar numa high note.  




Bem em resumo: 

Faixas essenciais - "Everything Now"; "Creature Comfort"; "Put Your Money On Me"; "We Don't Deserve Love"
Pontos Fracos - "Peter Pan"; "Chemestry" 

Nota Final - 7/10 

Considerações Finais - Os Arcade Fire ainda estão para fazer um mau álbum, este álbum pode não estar no nível flawless dos trabalhos anteriores, mas claramente é um bom álbum, que suspeito até que vá continuar a crescer em alguns fãs. Tem problemas, sofreu com o seu próprio hype, mas é um trabalho capaz, vale a pena escutar.